QUANDO AS LUZES SE ACENDEM!!!
As luzes da cidade em contraste com a mais profunda escuridão da noite fascinavam Serena. Como de costume, ela pegou sua taça de vinho, sentou na sacada de sua casa no alto do morro e olhou infinitas vezes para aqueles pontos que pareciam faiscar em meio à bruma densa e fria. Era realmente uma vista fascinante.
Perdida em devaneios, nem sequer se deu conta da vida solitária que levava há anos. Nunca deu chances para o amor, mas se entregara às paixões ardentes e avassaladoras. Cada momento foi intensamente vivido, como se a eternidade findasse naquelas quentes e doces horas.
Enquanto se deleitava com aquele vinho branco e inebriava-se de lembranças, Serena se questionava se algum dia fora feliz. A cada taça, se dava conta que sim, ela fora deveras feliz. Cada paixão que viveu lhe fez de alguma maneira experimentar a doce felicidade, ainda que clandestina. Talvez em alguns braços e abraços tenha sentido amor, mas não quis se entregar. (Então, será que era mesmo amor?...rsrsr).
Poderia agora está dividindo a garrafa de vinho com um daqueles cavalheiros que tantas vezes lhe juraram amor eterno, mas ela nasceu para ser livre e não via liberdade no amor. Amor, para Serena, era grade.
A garrafa secou, a noite se tornou mais fria, as luzes se apagavam lentamente e a admirável Serena, fechou as janelas, recostou-se no sofá em frente a lareira e adormeceu ali mesmo.