A lua nunca esteve tão magnifica como naquela noite. Soprava uma brisa leve que fazia as madeixas de Jhay esvoaçarem lentamente. Naquela cadeira de balanço, estava ela admirando aquele astro fabuloso, degustando uma taça de vinho seco. Gostava mais do vinho suave, porém naquela noite estava com um desejo veemente de experimentar coisas novas.
Em devaneios, ela ria ao contemplar internamente suas reminiscências. Sentiu saudade de alguns dos seus encontros fortuítos, aqueles que lhe proporcionaram momentos de extremo prazer. Sentiu um profundo desejo de aceitar uma visita naquela noite. - Por que não? Pensava Jhay perplexa diante de seus pensamentos um tanto devassos. Tomou meia garrafa do vinho seco e a lua lhe parecia ainda maior e mais bela.
De súbito seu telefone tocou, era seu encontro anunciando a chegada. Levantou-se lentamente, saiu em direção a porta, com uma elegância, uma segurança, mais parecia desfilar. Ela era realmente um protótipo de mulher fina, elegante, segura, forte, determinada, enfim, uma mulher que ainda é uma incógnita para qualquer ser e que sabe muito bem o que espera dos seus encontros fortuítos.
Abriu a porta, esboçou um sorriso malicioso e lançou um olhar de mulher fatal em um misto de fogo e ternura. Certamente não era qualquer um que seria digno de possuí-la. Naquela noite, uma noite qualquer, daquelas propicias para momentos de amor, de satisfação do prazer, Jhay se entregou de corpo e alma e vivenciou um momento único, assim como todos os outros.
Foi uma noite realmente apimentada. Após a despedida, ela fechava a porta, tomava seu banho demorado, colocava o roupão, sentava na sua cadeira de balanço, sorria ali, sozinha, na sua aconchegante solidão, enquanto degustava a outra metade da garrafa de seu vinho seco, que ela adorou. Fitou a lua com aquele olhar penetrante por longos minutos, com seus pensamentos fugidios e uma solidez na alma enquanto pensava:
- FOI SIMPLESMENTE UMA NOITE QUALQUER, SIMLESMENTE MAIS UM ENCONTRO FORTUITO!!!